quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A rodovia que passa dentro de um edifício

Como sabemos, o Japão sofre com o grave problema de espaço físico, especialmente nas grandes metrópoles. Assim, como Tóquio, Osaka, a segunda maior metrópole do Japão, aproveita meios incomuns para contornar esse problema. Um exemplo é a Hanshin Expressway, uma rodovia expressa que passa por dentro de um edifício, o Gate Tower Building de 16 andares, localizado em Fukushima-ku.

Esse edifício é o único no Japão que tem uma estrada que passa por dentro dele e é um exemplo incrível de engenharia. O projeto foi desenhado por Azusa Sekkei e Yamamoto Nishihara Kenchiku Sekkei Jimusho e construída por Sato Kogyo Co. Ltd. O prédio foi concluído em 1992, possui 71,9 metros de altura e dois dos seus 16 andares estão no subsolo, além de uma cobertura com um heliporto.

Em Osaka, esse edifício é conhecido como “Colmeia de abelhas”, devido à grande quantidade de pessoas que circulam no prédio. O Hanshin Expressway que passa por dentro dele, faz parte de uma rede de 239,3 km de vias expressas que ligam Osaka, Kobe e Kyoto e uma das principais rodovias do Japão. Um dos fatos mais interessantes é que a estrada não faz contato nenhum com o edifício, apesar de passar por dentro dele. Ela é sustentada por suportes e estruturas engenhosas que ficam nas laterais do edifício. Com isso, não há os incômodos de ruídos e vibrações por causa dos carros que passam entre a rodovia e o prédio.
A rodovia ocupa do 5° ao 7° andar e podemos dizer até que a rodovia é o inquilino desses andares, já que ele paga aluguel. Já no elevador do prédio de escritórios, ele sobe ou desce, sem a possibilidade de parar por estes andares, ou seja, do andar 4 ele vai diretamente para o 8, ou vice versa.

Como surgiu a ideia?

 Outro fato interessante, é que essa obra da engenharia urbana, meio que nasceu por acaso. Antes daquela parte da rodovia ser construída, o prédio já estava sendo planejado para ser construído naquele local. Muitos conflitos foram gerados em relação aos direitos de propriedade e os titulares do Hanshin Expressway.
Somente depois de 5 anos de negociações é que ambas as partes conseguiram chegar em um acordo, sem que nenhum deles fosse prejudicado. Uniram o útil ao agradável, ou seja, adaptaram a construção do prédio, de forma que permitisse a passagem da estrada por dentro dele. Convenhamos, que solução melhor não podiam ter tido, já que acabou se tornando uma referência de engenharia em Osaka.
Nesse meio tempo, algumas leis de planejamento da cidade e outras leis necessárias para este tipo de estrutura, também tiveram que ser revistas, em 1989, para que a construção da rodovia pudesse ser realizada. Afinal, normalmente, as rodovias são construídas no subsolo, sem a necessidade de passar através dos edifícios e tudo tinha que ser bem feito para evitar problemas tanto à estrada, como ao prédio.
Na verdade, esse acordo beneficiou ambas as partes, afinal, aquela parte do terreno referente à saída de Umeda, onde foi construído o edifício Gate Tower Building, era de propriedade de uma empresa de madeira e carvão vegetal, que estava em declínio e com dificuldades financeiras para levantar a construção. Apesar disso, os donos daquele lote não estavam interessados ​​em vender os direitos da propriedade em uma área tão valiosa como aquela. Em contra partida, não havia espaço para mudar o trajeto da rodovia e sendo assim, o jeito foi negociar e assim adaptar o projeto original do edifício com uma reentrância que lhe tirou os 3 andares, por onde pudesse passar o Hanshin Expressway.
Além da ajuda nos custos para a construção, os proprietários do prédio ainda ganham o aluguel mensal referente aos andares usados pela via expressa. Realmente, nesse caso, uma mão lavou a outra e ainda nos deu a oportunidade de ver como é incrível as habilidades da engenharia urbana, capazes de criar algo tão surpreendente e em sincronia como essa ponte que passa dentro do edifício.

Kanji de força, fé, foco e outros

Percebi que muitas pessoas tem solicitado o kanji das palavras força, fé e foco, especialmente porque desejam fazer uma tatuagem com essas três palavrinhas. Então resolvi fazer um artigo exclusivo sobre isto. Ao procurarmos ideogramas japoneses, devemos ter o máximo de cuidado, pois é comum as pessoas tatuarem um kanji achando que significa uma coisa e na verdade significa outra.

Por exemplo, já ouvi falar de pessoas que tatuaram “grátis” ( Muryō / 無料), achando que era “livre ou liberdade” (Jiyū / 自由 ). Já pensou passar a vida toda com um “grátis” tatuado no braço? É por isso que devemos pesquisar a fundo, para evitar erros desse tipo, afinal tatuagem é algo que levaremos por toda a vida.


Exemplos de kanji de grátis: Na primeira imagem, o kanji 無料 se refere ao lugar gratuito para fumantes. Na segunda imagem, o kanji 無料 faz referência ao ônibus gratuito, disponibilizado pelo parque.
Tem pessoas ainda, que tatuam ideogramas sem nem se importar com o significado, só porque achou o kanji “bonitinho”. Outras tatuam o kanji errado ou então o kanji certo, mas escrito inadequadamente, como nos exemplos abaixo – Na primeira foto, o cara achou que o kanji tatuado fosse “força” 力, mas no final das contas, ele tatuou “animal de pequeno porte” 小 畜 . (Esse deu pena…)
Na segunda foto, a moça queria tatuar “vento”, e o tatuador fez o kanji de vento 風 invertido, com efeito espelhado. A outra queria tatuar “deusa” 女神, mas só significaria mesmo deusa, se os dois kanjis finais estivessem unidos 神, ao invés de separados na vertical como foi feito, o que deixou o ideograma sem sentido.
Por essas e por outras, as pessoas devem pesquisar a fundo os kanjis e seus significados, para que não corram riscos de “pagarem mico” depois de pronto!
Outra coisa é que muitas pessoas querem uma palavra que seja escrita por apenas 1 kanji, sendo que muitas vezes, isso não é possível, pois o significado pode se tornar outro, nada a ver com o que você deseja. Por isso, o jeito é escrever com dois ou mais ideogramas.

Filme Okuribito – A partida

Já assistiram ao filme japonês “Okuribito”, que tem como título em português de “A Partida”? Esse filme ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2009 e conta com vários atores maravilhosos como Masahiro Motoki, que interpreta o protogonista Daigo Kobayashi, Ryoko Hirosue interpretando Mika, sua esposa e Tsutomu Yamazaki interpretando seu chefe, Ikuei Sasaki.

Tempos atrás eu assisti e achei simplesmente maravilhoso, de uma sensibilidade incrível. Ele toca em um tema muito delicado: a morte, cujo tema nos traz muito desconforto e insegurança e que também é um dos pilares de inúmeras religiões.
No filme esse tema é tratado com dignidade e muito respeito, através de um ritual budista, que tem como objetivo, preparar o morto e também seus familiares para a partida do ente querido. A abordagem que o filme Okuribito faz sobre este tema é bastante reveladora, pois nos leva para uma viagem inesquecível que nos faz entender com outros olhos, a transição da vida para a morte.
Percebemos que, além da dor e sofrimento, também é possível ver arte e beleza durante essa passagem espiritual, desempenhada pelo “Nokanshi”. Além disso, há outros bons motivos para assistir ao filme, que além do seu ótimo enredo, tem partes engraçadas, apesar de abordar um tema sério e delicado que é a morte.
Outro detalhe é a trilha sonora extraordinária, explicitados através de solos de violoncelo do protagonista, o que acrescenta e muito ao filme, dirigido pelo diretor Yojiro Takita e o roteirista Kundo Koyama. Veja o trailler:

Segue a resenha do Filme Okuribito

Conta a história de um jovem violoncelista, que ao se ver desempregado da orquestra em que atua em Tóquio, vende o seu amado e caro instrumento e decide retornar, com sua esposa Mika, à sua terra natal na província de Yamagata, abandonando a sua carreira de celista. Lá ele inicia a sua busca por um novo emprego, quando de repente, vê um anúncio em um jornal que chama sua atenção, devido à alta remuneração. Sem entender direito que emprego era aquele (ele achava se tratar de uma agência de viagens), Daigo parte para a entrevista com o dono do estabelecimento.
Assim, ele descobre que o emprego anunciado era de “Nokanshi”, uma espécie de agente funerário, (porém muito mais complexo), responsável por preparar o corpo antes da cremação, colocá-lo no caixão e enviar a pessoa que morreu para o outro mundo, agindo como um guardião entre a vida e a morte.
Para a maioria das pessoas, esse tipo de serviço de “lidar com os mortos” é considerado repulsivo e por causa disso, ele guarda segredo até que em determinado momento é descoberto, o que o faz ser desprezado por sua esposa e amigos. Porém é através deste emprego, que Daigo começa a descobrir o verdadeiro sentido da vida.
Se você ficou curioso para assistir ao filme, abaixo está o filme completo que encontrei no YouTube, porém está dublado (tem pessoas que preferem legendado). Se você já assistiu, não deixe de comentar sobre as suas impressões sobre o filme. Pra variar, eu chorei no final hehe! 

Daimonji Gozan no Okuribi

Gozan no OkuribiDaimonji (大文字)>, é um Festival icônico que acontece em Kyoto no dia 16 de agosto e faz parte dos eventos Obon realizados na região em homenagem às almas daqueles que estão retornando ao mundo espiritual.

É um evento tradicional caracterizado por fogueiras gigantes, presentes em cada uma das cinco montanhas que cercam a cidade, nas quais três delas formam caracteres chineses que significam: “Daimonji”, “Hidari Daimonji” e “mio-ho”.
As outras duas fogueiras possuem formas de barco e portão de santuário xintoísta, respectivamente, e são chamados de “Funagata” e “Toriigata”. Em Kyoto, Obon é de 13 a 16 de agosto, no entanto a data varia em diferentes regiões do Japão.

Origem do Gozan no Okuribi

As pessoas acreditam que as almas de seus antepassados vão voltar para suas casas durante este período e no último dia de Obon, eles fazem esse bonito ritual como forma de enviar as almas ao mundo espiritual. Ninguém sabe ao certo quando começou este festival, mas acredita-se que tenha raízes no século 13.
Uma das teorias sobre o Festival seria sobre os principais elementos que compõe o mundo: terra, água, vento, fogo. Através dessa teoria, acredita-se estar as raízes do Festival Daimonji, como uma forma de expressar a ideia de que nossos antepassados retornam a esses elementos durante o Obon.
Outra teoria conta que, durante o período Muromachi, o Shogun Ashikaga Yoshimasa, que construiu o Ginkaku-ji (Pavilhão Prateado), criou o Okuribi, após um de seus filhos ter morrido prematuramente. Outros acreditam que a tradição ocorreu como uma propagação do budismo durante o Período Muromachi. Muitas famílias voluntárias ajudam na tarefa de dispor as fogueiras de maneira que elas criem o efeito luminoso dos caracteres. Esse trabalho voluntário é passado de geração para geração e as famílias gastam muitas horas anualmente para continuar mantendo “acesa” essa bela tradição.

O Festival começa às 8 da noite, que é quando a fogueira com o ideograma Dai 大, que significa “Grande” é acesa no Templo Kobo Taishido, no Monte Daimonji (大文字山), na cidade de Kinkakuji Okitayama. Em seguida, duas fogueiras com os caracteres de “mio” e “ho”, compondo a palavra “Myo-ho” (妙 法), que significa “darma maravilhoso”, referindo-se aos ensinamentos budistas, são acesas no Monte Nishiyama e Higashiyama.

Em seguida, o símbolo do navio é aceso no Mt. Funayama em Nishi-Kamo. A proa deste barco, também conhecido como o “Navio Espírito”, representa o Paraíso Ocidental Budista da Terra Pura. O toque de um sino em Saiho-ji é o sinal para acender esta fogueira. Uma dança tradicional budista conhecido como “Nenbutsu Rokusai” (Dança do Leão) é realizada no templo após as chamas se apagarem.
O próximo é Hidari Daimonji (左大文字), que significa “letra grande esquerda”): Daihoku-san, Hidaridaimonji-san e por último, o símbolo torii (portão de entrada de um santuário) no Monte Manadarayama em Saga, ilustrado por 108 fogueiras, que no budismo, são ditas para queimar os desejos mundanos. As quatro fogueiras são acesas em intervalos de cinco a dez minutos, e por volta das 8:30 da noite, todos os caracteres podem ser vistos acesos simultaneamente.
O melhor local para ver o festival é do bairro Nakagyō (中京区), no centro da cidade. Muitos hotéis tem pacotes especiais para o Daimonji, onde se pode ver todas as cinco fogueiras. Outra grande opção é ir ao Rio Kamo, entre as ruas Sanjo e Imadegawa, pois deste local, há um vista privilegiada das cinco fogueiras. As chamas ficam acesas por cerca de 30 minutos, onde é criada uma magnífica vista panorâmica, enquanto os monges budistas entoam sutras budistas em oração aos antepassados e pela paz no mundo. Há também queima de fogos, Tooro Nagashi nos rios da região e apresentações de danças e taiko nos templos.

Superstições do Gozan no Okuribi

* As tiras de madeiras utilizadas para queimar o fogo no ritual são chamados de Gomaki e nele as pessoas escrevem seus nomes, idade, doenças ou queixas em geral. Acredita-se que ao queimar o Gomaki, você estará protegido contra os infortúnios, pois ele seria como um talismã contra a má sorte e doenças.
* Outra superstição interessante diz-se que os seus desejos se tornam realidade se durante a queima, você inclinar um copo de saquê para que ele reflita o Okuribi na superfície de sua bebida. Diz-se também que você vai viver uma vida longa e saudável, livre de doenças.
* Alguns dizem que se você assistir ao Okuribi através de um buraco em uma berinjela, feito através de um corte, você não vai sofrer de doenças oculares. * Dizem que se levantar cedo na manhã seguinte e enrolar as cinzas da madeira queimada em um papel japonês, conhecido como “Hoshogami”, amarrando-os juntos com uma fita de papel conhecido como “Mizuhiki” e pendurando-os em sua casa, ele se tornará um amuleto que protegerá sua casa contra os perigos.
* Há também uma lenda que diz que se você destilar a carvão e beber, o seu estômago vai ser curado e você estará protegido contra doença gastro intestinais.

Cronograma do Festival Daimonji

1. Daimonji (大/grande): Monte Daimonji-yama/Higashi-yama, Nyoigatake às 20:00 h
2. Myō/Hō (妙 法/darma maravilhoso): Matsugasaki, Nishi-yama/Higashi-yama 20:10 h
3. Funagata (舟形 “forma de barco”): Nishigamo, Funa-yama 20:15 h
4. Hidari Daimonji (左大文字 “letra grande esquerda”): Daihoku-san, Hidaridaimonji-san às 20:15 h
5. Toriigata (鳥居形 “forma de torii”): Toriimoto, Mandara-san às 20:20

Localização do Festival Gozan no Okuribi 

Namazu, o causador de terremotos

Segundo um folclore japonês, o responsável pelos terremotos é um bagre gigante chamado Namazu ou Namazu-e (o segundo termo refere-se às xilogravuras de Namazu) que vivem em tocas subterrâneas. Namazu é considerado um yo-kai (que pode se traduzir como “monstro”), ou seja, uma criatura do folclore ou mitologia japonesa que estão associados à desgraças e/ou desastres.

O Namazu, segundo a lenda japonesa, ao mover a sua cauda, é capaz de tremer todo o planeta, causando muitos estragos. Antes dele, os terremotos sempre foram associados à movimentos de divindades ou criaturas que moram embaixo das ilhas japonesas, como dragões ou serpentes. Com o passar do tempo, o Namazu foi substituindo essas criaturas e divindades no imaginário popular.
As xilogravuras (ukiyo-e) eram famosas no Japão entre os séculos 17 e 19 e Namazu foi tema de diversas delas. Em muitas gravuras, ele aparecia como metáfora da redistribuição de renda, uma vez que, após um terremoto, os mais abastados dividiam sua riqueza com os pobres para a reconstrução do local onde viviam.
Namazu sendo atacado: Esta xilogravura mostra Namazu sendo atacado pelos cidadãos do Período Edo, depois do Grande Terremoto Ansei.

Quando um Grande terremoto Ansei atingiu Tóquio, em novembro de 1855, matando mais de 7 mil pessoas e causando uma grande destruição, a responsabilidade pelo desastre foi atribuída ao bagre gigante, como de costume. Neste período, as xilogravuras Namazu-e (ukiyo-e) se popularizaram rapidamente e em poucas semanas, já eram mais de 400 tipos disponíveis. A popularidade do Namazu-e foi sobretudo uma resposta ao terremoto Edo e tentavam retratar os “aspectos positivos” como a redistribuição da riqueza, além de ser uma maneira de levantar a moral dos sobreviventes, que acreditavam que ao andar como um Namazu-e, estariam protegidos contra outros terremotos.
Terremotos, trovões, fogos e pais: Este ukiyo-e também faz referência ao japonês velho ditado, “As coisas mais assustadoras são terremotos, trovões, fogos e pais.” Aqui, um namazu e os deuses do trovão e fogo discutem seus poderes durante um banquete, enquanto são observados pelo pai.
Namazu também foi usado como forma de satirizar a aristocracia japonesa e por causa disso, dois meses depois, o governo de Tokugawa, que mantinha um rígido sistema de censura sobre a indústria editorial, proibiu a produção das xilogravuras. Hoje existem muito poucos originais dessas xilogravuras Namazu-e.
Vítimas do terremoto vingam-se do bagre gigante responsável pela destruição: Nesta xilogravura, Namazu, que representa o terremoto de Edo (atual Tóquio), em outubro de 1855, é atacado por camponeses e concubinas.
Segundo a lenda, o terremoto de Edo, coincidiu com o “mês sem deuses”, onde se acredita ser um período em que todos os deuses se reúnem em um templo secreto. Aproveitando-se da ausência de Kashima, o covarde Namazu causou destruição e sofrimentos no mundo humano.
Namazu e a rocha kaname-ishi: O único que consegue dominar a fera Namazu é o deus Kashima, usando uma grande rocha conhecida como kaname-ishi (Pedra fundamental). Porém, certa vez Kashima saiu da cidade, deixando Ebisu (deus da pesca e comércio) no comando.
Durante sua vigília, ele acabou dormindo, dando a deixa para Namazu escapar. As moedas de ouro que caem do céu nesta xilogravura, simbolizam a redistribuição da riqueza durante a fase de reconstrução. Só não me perguntem porque Raijin, deus do trovão, do lado esquerdo da gravura, está defecando… Será que vem daí o bordão “Tô cagando e andando”?
Cabo-de-guerra entre namazu e o deus Kashima: Esta xilogravura mostra uma espécie de cabo de guerra” e Namazu com o deus Kashima. Do lado de Kashima, vemos as vítimas do terremoto, enquanto ao lado do bagre gigante, estão aqueles que normalmente lucram com os terremotos (trabalhadores da construção civil, bombeiros, editores de notícias, etc).
Família Namazu: Esta xilogravura mostra uma multidão de vítimas do terremoto que vêm para se vingar de um namazu e seus filhos.
Para a paz e tranquilidade: O deus Kashima e prostitutas do distrito da luz vermelha Yoshiwara, expressam sua raiva contra o bagre responsável por terremotos. Segundo o folclore japonês, esta xilogravura oferece proteção contra terremotos.
Namazu salvadores: Nem todas as xilogravuras expressam negativamente os Namazu. Algumas xilogravuras como essa de cima, mostram o lado benevolente de namazu, onde eles são vistos resgatando pessoas dos escombros.
Namazu é apunhalado pelo deus kashima: Nesta xilogravura, Namazu é colocado sobre uma mesa gigante, após ser apunhalado na garganta pelo deus Kashima. A multidão está dividida em dois grupos. As pessoas na metade superior da imagem são rotuladas como “sorridentes” (aqueles que se beneficiam com o terremoto) e as pessoas no fundo são rotulados como “chorões” (aqueles que são prejudicados pelo terremoto).
O grupo superior inclui um carpinteiro, um estucador, vendedor de madeira, um ferreiro, uma cortesã de elite, uma prostituta, um médico e um agricultor. O grupo inferior inclui o dono de uma casa de chá, um vendedor de enguia, artistas diversos, tais como músicos, comediantes e contadores de histórias, um vendedor de produtos importados de luxo e um vendedor de diamantes.
Deus Kashima apreende o Namazu, usando a rocha kaname-ishi
O terremoto e um milhão de “orações”: Esta xilogravura, mostra bem o outro lado da moeda. Namazu, sentado em um rosário gigante, não deseja mais causar terremotos algum, porém, “adoradores” (comerciantes, como madeireiros e carpinteiros que lucram com o desastre) estão orando para ele agir novamente. Na parte superior da imagem, estão os fantasmas das milhares de vítimas perdidas por causa do terremoto.
Segundo o folclore japonês, a lenda sobre o Namazu tem várias versões. Em algumas delas, ao invés do Kaname-ishi, deus Kashima usa espada ou até um tipo de abóbora mágica para imobilizar o gigante causador de terremotos.
Há também muitas formas para interpretar a lenda, para uns, Namazu possui uma imagem destruidora, enquanto que para outros, ele representa proteção ou simplesmente um elemento de crítica social.
Entretanto, a imagem do Namazu a partir do período Edo (1603-1867) até os dias de hoje, é mais positiva no geral, sendo hoje associado a um período de grandes mudanças ou como alerta de que uma catástrofe está para acontecer.
O primeiro Namazu-e: Produzido dois dias após o terremoto, este trabalho dos artistas Kyosai Kawanabe e Kanagaki Robun é considerada o primeiro namazu-e, e faz referência ao Teatro Kabuki, muito popular na época, inspirou a criação de muitos outros namazu-e que vieram posteriormente.
Método mágico de proteção terremoto: Este Namazu-e mostra um momento de redenção por parte dos Namazu, que é quando um grupo deles se curvam diante do deus Kashima, se desculpando pelas destruições que causaram enquanto ele estava fora.
Hoje em dia, os Namazus são muitas vezes representados como amuletos da sorte referentes à prevenção de catástrofes naturais, onde o Namazu aparece ilustrado de uma forma mais simpática. Muito interessante esses personagens do folclore japonês, não acham? Aproveitem para dar uma olhada na simbologia das carpas.

Aprenda a fazer um origami do Pikachu

Para quem gosta de fazer origami, dá só uma olhada nesse do Pikachu… Não é uma graça? Além de tudo, é fácil de fazer, especialmente para quem já manja um pouco de origamis, pois a base para fazer o origami do Pikachu, é a “bomba d’água” (Water Bomb), um origami de cubo tradicionalíssimo. A única diferença são as dobras na reta final, na hora de fazer as orelhas do Pikachu. Você só vai precisar de papel quadrado amarelo próprio para origami. O tamanho, você que escolhe, mas os menorzinhos são mais bonitinhos na minha opinião. Você também precisará de canetas ou lápis de cor nas cores vermelha e preta. E por último, vai precisar de muita paciência, pois apesar de ser fácil, tem muitas dobras pelo caminho antes de chegar no resultado final! 
Esta dica pode ser muito legal para quem quer entreter a criançada ociosa em casa, pois é um passatempo que além de ser muito divertido, ajuda a estimular a concentração, coordenação e criatividade da criança… e dos adultos também ^^.
Para quem quiser ver as instruções do passo a passo, podem clicar neste link aqui, porém com instruções em inglês ou então assistir ao vídeo abaixo com o tutorial.

Keiro no hi ( 敬老の日) – Dia do Respeito aos Idosos no Japão

Todos os anos, o Keiro no Hi ( 敬老の日 ) é comemorado na terceira segunda feira do mês de Setembro. Esse ano, a data será comemorada no dia 17. O Japão é o país onde se concentra o maior número de idosos no Mundo e portanto essa data é muito significativa e de extrema importância para o povo japonês.

A data surgiu em 1947, quando uma pequena aldeia em Hyogo resolveu oficializar a data, como forma de respeito e valorização aos anciãos japoneses, que sempre contribuíram para o País com sua sabedoria e seu trabalho. A data escolhida foi bem propícia, já que nesta época do ano o calor intenso já passou e o clima se torna mais ameno.
Nos meados da segunda quinzena de Setembro, as colheitas nas plantações já terminaram e as condições climáticas normalmente são boas, apesar que neste ano, o Japão foi acometido por enchentes e por tufões como o Tufão Roke, comuns durante o verão no Japão e que acabam fazendo um pouco de estrago por lá.
Keiro no Hi é uma data criada exclusivamente no Japão, ao contrário do Dia das Mães, que foi “importada” dos países ocidentais. Nesse dia, as famílias se reúnem e celebram junto aos seus entes mais velhos.
É o dia para se dar aquele bom e velho abraço e se por acaso alguém na família estiver completando 60 anos, costuma-se presenteá-lo com algo da cor vermelha, considerada uma cor de proteção.
Essa idade é considerada muito importante, pois significa que ela completou o Ciclo Zodiacal e retornou ao seu signo de nascimento.

Expectativa de vida no Japão:

No Japão, a expectativa de vida é em torno de 85 anos de idade para as mulheres e 78 anos de idade para os homens. É uma média considerada alta pelos padrões mundiais. Além disso é um país onde se concentra o maior número de centenários. São mais de 30 mil pessoas com idade igual ou superior a 100 anos e esse número vem crescendo vertiginosamente. Em 2003, por exemplo, o número era estimado em 20 mil pessoas centenárias. Existe até uma celebração para quem chega nessa idade: O Hakusai Shosho. O segredo para essa longevidade toda, com certeza é devido a qualidade de vida que o Japão oferece aos seus cidadãos. E a alimentação também é um fator importante para a saúde de ferro dos japoneses.
O Sistema de Saúde no Japão pode não ser a mais perfeita do Mundo, mas pelo menos, não deixa ninguém na mão e ainda existe toda uma preocupação e respeito pelos idosos, onde há incentivo para que eles se exercitem, sejam ativos fisicamente e mentalmente e não deixem de fazer atividades corriqueiras, por causa da idade, como dirigir, passear, ler, etc.
Bem cedinho, é normal ver idosos japoneses, caminhando, se exercitando, passeando com o cachorro de estimação, ou então cuidando das suas hortas ou plantação de arroz. Mantendo o corpo e a mente em exercício constante, impede que eles entrem em depressão ou que tenham outras doenças físicas e neurológicas.

 

Comemoração para cada idade 

No Japão, o costume não é se comemorar o aniversário todos os anos, como no Brasil. Existem idades específicas, assim como o Seijin no hi, que se comemora o Dia da Maioridade, ou seja a chegada dos 20 anos de idade.
No caso da longevidade, também certas idades são comemoradas pelos japoneses, tais como:
60 还 暦 (KANREKI IWAI)
70 古稀 (KOKI IWAI)
77 喜 寿 (KIJU IWAI)
80 伞 寿 (SANJU IWAI)
88 米 寿 (BEIJU IWAI)
90 卒 寿 (SOTSUJU IWAI OU YONE NO IWAI)
99 白 寿 (HAKUJU IWAI)
100 百寿 (MOMOJU IWAI)

Byōbu, painéis artísticos japoneses

Byobu ( 屏风 ) são biombos feitos, geralmente com vários painéis unidos, os quais se dobram, de modo a ficar de pé sobre o chão. Sua principal utilidade é como divisor de ambientes ou então como barreira contra o vento. O termo faz sentido, já que a palavra Byobu significa literalmente “proteção contra o vento“.

Embora os Byobus aparentemente sejam objetos simples e práticos, eles são muitas vezes, tão elaborados e decorados, que acabam se tornando belos exemplos de arte japonesa, considerados, inclusive verdadeiras obras de arte. Os Byobus são usados como tela de fundo para vasos de flores ou de cerâmica e são apetrechos essenciais que acompanham a cerimônia do chá e ikebana (arranjos florais).


O byobu, assim como o Kakemono ( Kakejiku ) e o Ikebana, faziam parte da decoração interior de castelos e casas no Japão antigo, onde adicionavam elegância e status à decoração. Os byobus tradicionais são feitos com papel washi, madeira fina ou bambu, folhas de ouro e são pintados à mão, sendo 100% artesanais. Como o espaço entre os painéis é reduzido, a pintura geralmente flui de painel a painel, compondo um só desenho.

Origem do Byobu:

Sua origem está na China, desde antes da dinastia Han (206 aC ~ 220 dC) e foi importado para o Japão no período Nara, por volta do século 8, quando artesãos japoneses começaram a fazer seus próprios Byobus, influenciados pelos padrões chineses. Através de diferentes eras japonesas, Byobu evoluiu em estrutura e design, juntamente com as técnicas e os materiais utilizados:
Período Nara (646-794): O Byobu de seis painéis foram os mais comuns no período Nara, e estavam cobertas de seda e conectado com couro ou cordões de seda, onde os painéis eram unidos por uma estrutura de madeira. Eram utilizados como mobília na corte imperial, principalmente em cerimônias importantes.
Período Heian (794-1185): Por volta do século 9, o Byobu eram indispensável nas residências dos daimyo (senhores feudais), templos budistas e santuários. Eram usados dobradiças de metal em forma de moeda para conectar os painéis.
Período Muromachi (1392-1568): O byobu tornou-se mais popular e os japoneses passaram a aplicaram seu estilo próprio, o que o diferenciava do design chines. As dobradiças de metal foram substituídos por papel, que permitiam dobrar facilmente em ambas as direções, além de serem consideradas mais leves e bonitas.
O Byobu de dois painéis também eram comuns, e nessa época os artistas criaram novas técnicas de pintura, muitas vezes monocromáticas, com temas da natureza, paisagens japonesas e personagens históricas, culturais ou do folclore japonês.
Período Azuchi-Momoyama (1568-1603) e Edo (1603-1868): O Byobu se tornou símbolo de status e sua popularidade continuou a aumentar. Nessa época, os senhores feudais e os samurais exibiam os byobos em suas casas como símbolos de riqueza e poder. Eram feitos com fundos de folhas de ouro (kinpaku) e pinturas altamente coloridas, que descreviam a natureza e cenas da vida cotidiana. Período moderno: Hoje em dia os byobus tradicionais perderam um pouco da sua popularidade e a maioria hoje são fabricados a baixo custo por máquinas no Japão ou importados da China. Os autênticos se tornaram artigos raros, no entanto, ainda é possível encontrar o Byobu artesanal, produzido principalmente por famílias que ainda preservam as tradições desse tipo de artesanato milenar.
O Byobu pode ser classificado pelo número de painéis:
Tsuitate Byobu: Um painel único que se mantem em pé com pés de madeira em sua base. Foi o que deu origem aos outros. Atualmente encontrado em lojas, restaurantes e outros locais.
Nikyoku Byobu, Furosaki Byobu ou Nimaiori Byobu: Dois painéis e surgiu em meados do período Muromachi. Eles são uma característica fundamental na cerimônia do chá japonês ou usadas para separar os cômodos da casa. Possuem cerca de 60 centímetros de altura e 85 centímetros de largura.
Yonkyoku Byobu: Quatro painéis de telas.foram comuns durante o Período Kamakura e Muromachi. Eles foram posteriormente utilizados em cerimônias Seppuku e nas salas de espera de casas de chá no Período Edo.
Rokkyoku Byobu ou rokumaiori Byobu: Seis painéis. É o mais popular dentre todos, medindo cerca de 1,5 metros de altura e 3,7 metros de largura.
Jūkyoku Byobu: Dez ou mais painéis, usado como pano de fundo em ambientes grandes, como lobbies de hotel e salas de convenções.
Byobu também podem ser classificados pela sua utilização ou temas:
Furosaki Byobu: Significa “Tela de frente para a lareira” e eram colocados atrás da lareira em cerimônias do chá.
Ga no Byobu: Significa “telas da longevidade”. Foram usados desde o período Heian para celebrar a longevidade através de poemas escritos neles, embelezada com pinturas de pássaros e flores nas quatro estações do ano.
Shiro-e Byobu: Telas pintadas em tinta ou em superfícies de mica branca de seda, amplamente utilizada no período Edo em cerimônias de casamento e mais especificamente em quartos de bebês, chamados também de Ubuya Byobu “tela de berço”. Eles retratam muitas vezes tsurus, tartarugas, bambu e Phoenix.
Makura Byobu: Significa “tela travesseiro”. Possui cerca de 50 centímetros de altura, geralmente dois ou quatro painéis, usados em quartos como um rack de roupas e outros acessórios, e também para preservar a privacidade.
Koshi Byobu: Ligeiramente mais alto do que Makura Byobu , utilizada durante o período Sengoku , colocado atrás do anfitrião para tranquilizar os hóspedes que ninguém está se escondendo atrás da tela.

Ganbatte – Faça o seu melhor!

Se existe um palavra que define e muito o povo japonês é a palavra “Ganbatte” (ou Gambatte). É uma expressão muito comum no Japão e pode ser usada de várias formas, mas no geral é usado para incentivar as pessoas para dar o máximo de si mesmas ou seja, se esforçarem naquilo que estiverem fazendo, seja nos estudos, no trabalho, nos esportes ou qualquer outra atividade.

É uma forma de encorajar outra pessoa, como se dissesse: “Por favor, mantenha o seu foco até que seu objetivo seja alcançado” ou ” Aguenta firme, não desista, Faça o seu melhor ou Dê tudo de si!”. Além do dia a dia, essa expressão de encorajamento também muito usada em situações após desastres naturais como terremotos.
Nas escolas também podemos ouvir esse termo nas quadras de esportes, onde as crianças gritam “Gambare” ou “gambatte” para incentivar seus colegas na corrida ou outra atividade. Em grandes eventos como Copa do Mundo ou Olimpíadas também é normal ver vários slogans com termos como “Gambare Nippon!”

Porém, também é comum vermos o termo Gambatte sendo usado em outros contextos como ao se despedir de alguém, ou escrito no final de uma carta ou mensagem. Também significa muito trabalho e paciência. Deu para notar o quanto essa expressão tão popular no Japão é fascinante não é mesmo?!

 

Frases usando Ganbatte:

 

頑張って(がんばって)
Ganbatte: Faça o seu melhor

頑張りましょう (がんばりましょう)
Ganbarimashō: Vamos dar o máximo / Vamos nos esforçar

Ganbatte deriva do verbo ganbaru:

頑張る (がんばる)
Ganbaru: Para fazer o melhor de si

頑張ります(がんばります)
Ganbarimasu: eu faço o meu melhor

頑張れ(がんばれ)
Ganbare: Faça o seu melhor

頑張ってください(がんばってください)
Ganbatte Kudasai: Faça o seu melhor, por favor. (Formal)

頑張った(がんばった)
Ganbatta: Eu fiz o meu melhor

頑張りました(がんばりました)
Ganbarimashita: Eu fiz o meu melhor (formal)

頑張れます(がんばれます)
Ganbaremasu: Eu posso fazer o meu melhor

頑張れる(がんばられる)
Ganbareru: Eu sou capaz de fazer o meu melhor

頑張っています(がんばっています)
Ganbatteimasu: Eu estou fazendo o meu melhor

頑張りたい(がんばりたい)
Ganbaritai: Eu quero fazer o meu melhor

頑張っていた(がんばっていた)
Ganbatteita: Eu estava fazendo o meu melhor

頑張らなかった(がんばらなかった)
Ganbaranakatta: Eu não fiz o meu melhor

頑張りなさい(がんばりなさい)
Ganbarinasai: é melhor você fazer o seu melhor

頑張ってくれ(がんばってくれ)
Ganbatekure: fazer o seu melhor para mim

私 は 日本語 が ちょっと 分かり ます, でも がんばり ます!
Watashi wa nihongo ga Chotto wakarimasu, demo ganbarimasu!: “Eu entendo um pouco japonês, mas vou dar o meu melhor!

Olá pessoal

Bom, estou escrevendo este post para dizer um olá a todos vocês.
Hoje eu estou começando este projeto chamado "Japão, Um Novo Mundo", para que todas as pessoas (a animais, vai saber né) que gostam dessa maravilhosa cultura possam var as novidades e as curiosidades do Japão.
Como premio da inalguração, eu estarei postando hoje 10 curiosidades, após isto será uma postagem por dia. ^^
Minhas publicações são tiradas dos sites: http://www.japaoemfoco.com;http://madeinjapan.uol.com.br e http://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3o
Bom vou falar um pouco de mim...Meu nome é Bruno Menegon, tenho 15 anos, moro no Brasil, sou um otaku com orgulho, baixista da banda Ducks, faço ADM e estou no 1° ano do ensino médio na escola E.E.Carlos Gomes.
Espero que gostem do meu blog.
                               Beijos e até a proxima!

Shuubun no Hi ( 秋分の日 ) – Equinócio de Outono no Japão

Shuubun no Hi ( 秋分の日 ) marca o início do Outono no Japão. É uma data muito esperada pelos japoneses, que a cada ano sofrem mais e mais com o verão sufocante. A data varia de ano para ano, mas geralmente acontece entre 22 e 24 de Setembro e é considerado um Feriado Nacional.

Nesta época do ano, além dos dias ganharem temperaturas mais agradáveis, o Japão oferece uma paisagem deslumbrante, num misto de cores amarelo e vermelho. O dia e a noite entram em equilíbrio, com 12 horas de noite e 12 horas de dia.
O Shuubun no Hi, para o japonês não significa apenas a passagem de uma estação para outra.


Existem algumas tradições antigas, conservadas até os dias de hoje, que são realizados pela população. Uma delas é a visita à túmulos de seus ancestrais, onde a família deixa “oferendas” como flores, incensos e comidas como ohagi (Massa de feijão azuki recheada com arroz doce).
Para evitar o congestionamento nos cemitérios, os japoneses, muitas vezes fazem essa tarefa no “Higan”. Higan é o período em torno do Shuubun no hi, mais especificamente, 3 dias antes e 3 dias depois. É uma palavra originária do budismo e significa literalmente “para alcançar a outra margem”.
Para os budistas, isso significa que é a época de homenagear os mortos, assim como o Bon Odori e Tooro Nagashi. Higan também significa, as mudanças climáticas que acontecem na mudança das estações. Além de visitar os túmulos dos familiares, os japoneses também participam de festivais em Templos ou Santuários locais. Em muitos, pode-se observar a presença de algumas barracas de comida.
Enfim, Outono é época de celebração e alívio para o povo japonês, cansados do calor intenso e da preocupação constante com os taifus (furacões). Agora é época de renovar o guarda-roupa e investir no vestuário de inverno que logo também está por vir!